quinta-feira, 9 de abril de 2015

Opinião/ Educação: Educação em Moçambique: sem escrita e semleitura



                                       Educação em Moçambique: sem escrita e sem   leitura




 

                            por:Albert Massango
Realizou-se na primeira quinzena do mês passado, em Maputo, a II reflexão sobre o actual estágio da educação em Moçambique. A reflexão contou com a presença de várias figuras de renome, desde académicos, ministros, investigadores e muitas outras individualidades. Uma vez feita a reflexão, achei relevante trazer ao nosso jornal um ponto interessante sobre a mesma.

 

Durante o encontro, a antiga ministra da Educação e ex-esposa do primeiro presidente de Moçambique, Graça Machel, trouxe uma abordagem interessante, que criticava severamente o sistema nacional de ensino. A activista social afirmou que o principal problema da nossa educação começa da base e prossegue até ao nível superior.

 

Uma intervenção sábia e feliz, se analisarmos a raiz da nossa educação. Concordo plenamente com os pronunciamentos da antiga ministra da Educação, pois, observando o nosso sistema de educação, acabamos por constatar que do ensino primário até ao superior existe uma serie de problemas.

 

Esses problemas, na sua maioria, estão ligados à escrita e, consequentemente, à leitura. Ou seja, o “greatest nightmare” dos estudantes e, também, professores moçambicanos, para não dizer da sociedade moçambicana em geral, são a leitura e a escrita.   

 

Um professor, independentemente da classe que lecciona, deve ter a cultura de leitura e, principalmente, de escrita, sendo que esses dois elementos são as suas ferramentas de trabalho.

 

Em Moçambique, porém, a maior parte dos professores não têm a cultura de leitura e, muito menos, a de escrita. Tomemos como exemplo alguns professores da Escola de Jornalismo, que nunca redigiram, sequer, uma ficha de leitura para os seus alunos, limitando-se apenas a produzir cópias de obras alheias.    

    

Então, sendo que o desleixo pela leitura e escrita começa do professor, o que se pode esperar de um simples aluno que tem o professor como espelho? Obviamente, o aluno passará a copiar o que vê do professor. Com isso, não quero culpabilizar o professor pela “podridão” da educação em Moçambique, pois somos todos culpados, o Governo, a família, o professor e o próprio aluno.

 

Em jeito conclusivo, acredito que, enquanto o Governo moçambicano estiver “engajado” no cumprimento de metas estabelecidas pelos doadores (Banco Mundial, Fundo Unitário Internacional, União Europeia, etc), preocupado com a quantidade e não com a qualidade, a educação em Moçambique enfrentará os mesmos problemas.

 

//FIM//

 

 

 

 

 

 

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