Stevie Wonder e a Terapia para o Aparelho Auditivo
Antes
de avançarmos, importa realçar que é ambição demais nos debruçarmos sobre a
vida ou obra de Stevie Wonder, na medida em que se trata dum génio da música
norte-americana, que ao longo da década 70, usou as suas cordas vocais,
acompanhadas pelas melodias do seu piano, para conquistar pessoas de diferentes
partes do mundo.
Sobre
a obra do King Wonder, repleta de vários sucessos, tais como, “Tribut to Uncle Ray”, um álbum, lançado
em 1962, em homenagem ao velho Ray Charles, bem como o álbum “Talking Book
(1972) ”, o “Innervisions (1973)
”, entre outros, aliás, quem é que, na década 80, não saiu para dançar o
sucesso “I just called to say i love you”, do álbum “The Woman In Red (1984) ”?
Dentre vários sucessos
de Big Wonder, entretanto, me interessa mais o álbum-duplo “Songs In The Key Of Lite (1976) ”,
uma espécie de terapia musical para o aparelho auditivo. Quando lançado, o
álbum chegou ao 1° lugar na parada americana de álbuns, contendo vários sucessos
como o “Isn’t She Lovely”, que depois
mereceu várias versões, como a do guitarrista versátil Lee Ritenour.
O “Songs In The Key Of Life”, logo
a pirori, brinda-nos com o tema
“Love’s in Need of Love Today”, uma música repleta de conteúdo ético-moral, na
medida em que questiona a falta de amor entre as pessoas, nesta sociedade
contemporânea, daí que Wonder convida a cada um de nós a ser altruísta para com
o próximo.
Para
além de temas atinentes à ética, o álbum, com o "Have a Talk with God", uma música que não é direcionada
à crentes duma determinada religião senão a todos que procuram um antídoto para
as suas frustrações, nos convida a uma breve conversa com “o único psiquiatra
gratuito conhecido em todo o mundo”, que se presume que seja Deus.
Na
verdade, o disco em questão brinda-nos com diferentes conteúdos, aliás, as
músicas “Village Ghetto land”, “Pastime Paradise” trazem-nos uma
crítica a sociedade contemporânea, em que a discriminação racial e as
diferenças na sociedade em que vivemos, são enormes, portanto, Wonder, propõe a
seguinte reflexão, “dizem que devíamos nos alegrar com o que temos, agora
diga-me, ficarias feliz na “Village
Ghetto land”?
Na
minha opinião, o que completa o primeiro disco, já que se trata de um álbum-duplo,
são as músicas “Ordinary pain” e o
“knocks me Off my feet”, esta última, verdadeira obra poética que exalta o
amor romântico da forma mais humilde possível.
O
louvor ao amor, para Wonder, não deve cessar nunca, portanto somos ainda
brindados pelo tema “Ngiculela- Es una Historia- Iam singing”, música esta que,
linguisticamente, nos convida a uma viagem com recurso a três línguas,
nomeadamente, a africana, de origem bantu, o zulo, o espanhol e, por último, o
inglês.
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