domingo, 9 de fevereiro de 2014

Publicado a 29 de Janeiro de 2014 pela Agência de notícias de Portugal ( Lusa)


(http://noticias.sapo.pt/internacional/artigo/instabilidade-politico-militar-e-raptos-afetaram-exposicoes-de-artistas-estrangeiros-em-maputo_17234029.html)
  

Instabilidade político-militar e raptos afetaram exposições de artistas estrangeiros em Maputo


                                                                                 
 
Maputo, 29 jan (Lusa) - A Associação Moçambicana de Fotografia (AMF) revelou hoje que não pôde organizar sete exposições de autores estrangeiros, em 2013, devido à tensão político-militar e à onda de raptos em Moçambique, quando a agremiação passa por sérias dificuldades.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da AMF, Tomás Cumbane, afirmou que a sede da organização em Maputo não conseguiu acolher mostras de trabalhos de pintores e artistas plásticos estrangeiros que tinham sido marcadas nos últimos meses de 2013, devido à instabilidade militar e insegurança que se vive no país. 
 
De acordo com Cumbane, a situação teve um impacto negativo para a sua organização e mancha a sua reputação além fronteiras.

"Devido à atual crise político-militar, foram canceladas várias exposições de artistas estrangeiros nos últimos meses, e até de artistas nacionais. O principal receio das pessoas é a questão dos raptos que são frequentes em Maputo. Este fenómeno levou muitos artistas e pessoas interessadas vindas do estrangeiro a voltarem para suas terrasm, o que foi negativo para a associação que não anda bem economicamente", declarou.

Entre os autores que não puderam expor em Maputo inclui-se a pintora portuguesa  Maria Adelina, cuja exposição havia sido agendada para dezembro.
Atualmente, a AMF enfrenta uma grave crise interna, descrita pela responsável da sua galeria, Manuela Balate, como "negligência administrativa" da organização.

"De associação resta-nos o nome, pois a união já não existe. Dos 178 fotógrafos que compõem a AMF, apenas o secretário-geral, Tomás Cumbane, faz-se, de vez enquanto, à galeria", disse Manuela Balate.

Segundo a responsável, "há mais de quatro anos que os sócios não se reúnem" para tratar dos problemas que associação enfrenta.

O presidente da AMF, João Costa, também contactado pela Lusa, disse constituírem verdade as afirmações da funcionária, considerando que o atual estado daquela agremiação "não é dos melhores".

"Os problemas existem, mas não há fundos para resolvê-los. Apesar de estarmos a fizer esforços, do momento, a associação não está em bom estado", afirmou Costa, conhecido como Funcho.

A AMF foi fundada a 21 de Fevereiro de 1981 pelo primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel. 

Sediada na capital, a AMF é incontornável na história das artes fotográficas moçambicanas, e chegou a expor obras de ícones do fotojornalismo do país, como Ricardo Rangel e Kok Nan, entre outros.


Lusa/Fim

Nb: Escrito de acordo com o novo acordo ortográfico

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