A
Deterioração da Escrita Nacional
Nos diferentes tipos de linguagem existentes ˗ a verbal,
não verbal e a mista ˗ a linguagem verbal é a mais usada, ela consiste no uso
da via oral ou escrita. A escrita tem sido uma das formas mais usadas para a comunicação,
por isso, é tão importante saber ler e escrever. Depois da independência, o
país encontrava-se num processo de reconstrução, entretanto, existia um elevado
índice de analfabetismo. Embora, actualmente, este problema não tenha sido
totalmente resolvido, o índice diminuiu consideravelmente.
Segundo o jornal O País, na edição de 13 de Setembro de
2012, o relatório sobre o ensino e educação dos jovens e adultos em Moçambique,
a taxa de analfabetismo atingia 48% da população. Este relatório, apresentado a
12 de Setembro 2012, ambicionava elaborar estratégias de redes para melhorar a
qualidade e quantidade da edução das diferentes faixas etárias no país.
A questão seria: porquê ainda existem tantas pessoas com
esse tipo de dificuldade, Com tanto desenvolvimento que tem se verificado ao
longo dos anos? Tal como é o caso da Internet que tem permitido pesquisas de
quaisquer assuntos; as bibliotecas que possuem tantos manuais com os quais se
pode aprender a escrever. Será que elas não tem acesso a todos esses meios de
aprendizagem?
A causa desse problema nem chega a ser a falta dos meios
que a evolução nos proporciona, pois, mesmo antes dessa catastrófica evolução
(o surgimento das Tecnologias de Informação e Comunicação ) as pessoas já sabiam escrever
correctamente. Contudo, hoje em dia, com a existência de todos esses meios que facilitam a
aprendizagem, elevado número de pessoas ‒ incluindo estudantes universitários ‒ apresentam ainda imensas dificuldades na escrita.
Estas dificuldades, são causadas pelas supostas
abreviaturas actualmente criadas. As pessoas querem escrever as palavras do
mesmo jeito que elas são pronunciadas, querem também escrever bastante em muito
pouco tempo, tendo tudo isso começado na troca de mensagens via celular aprofundando-se nas redes sociais.
Por exemplo: "xtou= estou, akle= aquele, enkazah= em
casa, necxario= necessário, empréstimos = emprxtmx, kxtao ˭questão, xmx= sms,
cnvrxar= conversar, krer= querer"
Este problema tem se alastrado no seio da juventude, e
acaba deixando as pessoas sem saber exactamente onde usar as devidas letras nas
devidas palavras. Já não sabem quando o "S" toma o valor de "Z"
ou "X" e muito menos conseguem distinguir quando estão numa troca de
mensagens entre amigos ‘’ o que se podia tolerar um pouco’’, quando estão numa
aula ou até mesmo fazendo documentos de suma importância.
Esta economia de tempo e de espaço por eles criada, molda
um mau hábito e eles acabam enfrentando inúmeras dificuldades na escrita quando
trata-se de assuntos importantes. É impressionante como este problema tomou
conta da maior da parte da população e duma forma estupenda não deixou os
estudantes de fora, embora estes tenham o dever de marcar a diferença
pois, tem aprendido ou já aprenderam muito acerca disso.
É de extrema importância o combate a este novo fenómeno,
e principalmente por parte dos estudantes que são o futuro desta nação. A luta
contra este fenómeno deve ser desencadeada desde já, para que não comprometamos
as gerações vindouras perpetuando uma escrita deplorável no seio da sociedade moçambicana .
. Autora:
Lancerda Matavel
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