Submissa
Autora : Cawen
Só queria
uma noite de amor com ela. Vi que estava indisponível, mas eu estava afoito e
queria tocar aquele corpo unicamente meu.
Eu sou um esposo exemplar: sou fiel,
não bebo nem fumo. Bem, não tenho nenhum tipo de vício. Mas em dias como esse o
meu apetite sexual aumenta.
Não sei que
tipo de força me guiou. Fui bruto e obriguei-lhe a me receber, a ceder às
caricias de homem sedento. Dirigi-me a minha doce amada esposa com um toque
mais forte do que de costume, levei-a ao nosso ninho de amor e, já domado pela
vontade e cegado pelo stress, zás. Forcei!
Consumado o
ato e o stress aliviado, ficou o peso na consciência. Matei a minha fome. A minha
esposa foi Submissa e, embora tenha tentado evitar, fui um machista
incorrigível. A amo infinitamente, mas estava adubado de sentimentos diversos
que camuflaram a luz do amor nessa noite negra. Perdi o idealismo romântico.
Espero que
não se torne rotina. Já tive dias piores, mas nem por isso pautei pela
agressividade - até porquê ela não resolve.
Consegui o
que queria da pior maneira, ela não estava ali para mim. Seu corpo normalmente
quente estava frio. Não sei o que me fez prosseguir se rareavam os habituais
gemidos suaves da sua boca melíflua.
Foi penoso
para mim e mesmo sem ter sequer reclamado vi no seu semblante a tristeza. É
mais compensador quando há uma sintonia, quando tudo joga, quando de facto nossos
corpos se fundem.
Quando é assim tudo flui na maior firmeza, senti falta dela
ali.
Não foi simpático
da minha parte, pelo que me arrependo. Poderia eu até crer que estava possesso.
Não é de minha índole assim prosseguir, ainda mais quando trata-se da mulher que
eu amo.
No dia
seguinte, ainda assustada, senti nela o repúdio. Palavras me faltaram para pedir
perdão.
Sei que os
dias irão passar e tudo isso irá passar com eles. Tenho feito tudo para me
redimir. Aceitei aprender com os meios erros e, no fim, o amor entre nós triunfará,
espero que não nos aprisionemos no escuro e que, como uma verdadeira fénix, o
amor reconfortante ressurge das cinzas.
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