sábado, 15 de março de 2014

Movimento Feminista




Publicado a 14 de Março de 2014 pelo http://swiluva.wordpress.com/



                                 
                           Mulheres à busca de emprego
                                                                            

                                                          Por: Delfina Cupensar


No mundo, Moçambique em particular, ainda é muito cedo para se falar do fim da discriminação da mulher, principalmente no que se refere ao trabalho remunerável.

Isto porque, mesmo com competência, a mulher é atribuída incompetência e uma série de coisas que não correspondem a verdade, com o objectivo de os superiores hierárquicos (vulgarmente chamados de “boss”) submeterem-lhe às piores formas de proceder para conseguir o lugar que merece por direito e desempenho.

Infelizmente, a mulher ainda é vista como símbolo sexual do qual os chefes das instituições ou empresas querem aproveitar-se e depois, em muitos casos, jogarem-na fora, para além de deixa-la refém dos seus prazeres.

Será esse o critério fundamental para a mulher merecer um enquadramento dentro da sociedade? Se as competentes passam por isso, o que se pode dizer das incompetentes? O que se espera do exercício da função que lhe será atribuída e principalmente do ambiente de trabalho?

Mulheres, vamos firmes em busca dos nossos valores de maneira mais correcta e justa possível, respeitando os nossos princípios e principalmente o orgulho de sermos mulheres. O nosso corpo não é símbolo sexual mas sim um tesouro incontestável.

Nosso corpo é um tesouro, cristal, templo sagrado que merece um guardião ao nosso critério, e não alguém que se reveste do poder, achando que por isso, pode perpetrar tudo em nós em troco de bens materiais muitas vezes insuficientes para aquilo que são as nossas aspirações.

Mulheres, vamos continuar firmes rumo ao que pretendemos, sem que para isso sujemos os nossos corpos por carícias vagabundas e prazeres falsos, castigo sexual e toda a forma repudiável de proceder dos “boss”.

Eu digo não, não e não a toda e qualquer forma de contratação onde a principal cláusula é ter um encontro clandestino com o “boss” ou num escritório, carro, mato, pensão, mesmo num hotel cinco estrelas.

Meu corpo é muito valioso e não se vende, até porque não existe preço no mundo que pagasse pelo meu corpo. Não, não sou vendedora de prazeres sexuais que de nada me servem senão deixarem-me doente e apodrecer o meu interior.

Não, não quero que isso prossiga. Comigo não e com todas que a minha intervenção puder tocar o seu interior. 

Espero que com esta reflexão nós as mulheres levemos à sério a nossa sagrada conduta feminina, não aceitando os abusos dos homens.
Homem é aquele que cuida, o Adão de onde saiu Eva. Penso que o amor do homem para com a mulher devia confundir-se com o amor da mãe para com o seu filho.

Voltando ao foco do assunto, infelizmente a ideia de firmeza, no que efectivamente a mulher aspira alcançar, não é defendida por todas. Existem mulheres, em grande número, que recorrem à chantagens descabidas do “boss” para conseguirem um enquadramento.

Mulheres que se expõem a piores humilhações, desrespeito e abusos do poder por causa de migalhas salariais que de nada lhes servem senão aumentarem a sua já visível pobreza.

Outras ainda são as mentoras desse tipo de abuso ao aliciarem os chefes em busca do enquadramento ou de alguma promoção no trabalho.
Será que nós mulheres necessitamos disso para nos enquadrar dentro do campo laboral?

A clarividente resposta disso está nas instituições onde vemos algumas mulheres que “metem os pés pelas mãos”, uma vez que de experiência profissional não têm nada comparado a sua exuberância corporal.

Escrevo cada palavra dessa reflexão com muita dor no coração mas também com esperança de que um dia toda a mulher comece a enxergar essa triste realidade, tomando efectivamente o seu rico papel na sociedade.

Acredito que qualquer mudança perante o actual cenário desagradável começa com a própria mulher.


                                                         

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