quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Opinião:Quando A Patologia É A Identidade

Quando A Patologia É A Identidade

                                                                                            por: Estêvão Azarias Chavisso

Talvez o século em que vivemos seja um dos mais distintos no que respeita ao modelo das nossas relações humanas. Talvez a chamada época pós-moderna tenha sido o momento áureo no âmbito do grande projeto da “aldeia global” e, consequentemente, a diversidade, alicerçada pela aparente democratização da esfera pública a partir das tecnologias, tenha sido afirmada como uma das mais sublimes características da nossa “jovem” espécie.


Ora, a consequência lógica da diversidade, surpreendentemente, é a subjetivação. Para que pensemos num “Todo” é necessário que haja, primeiro, um “Particular”. Este resultado lógico leva-nos a questão: O que seria a subjetivação?

Por subjetivação, esclareço, entendo toda a afirmação das características peculiares do “Eu” com o intuito de distingui-lo no meio do “Todo”.

Neste contexto, a subjetivação seria a nossa tendência natural de, mesmo afirmando as “vitórias” da diversidade no mundo atual, partirmos de um pressuposto individual e, de certo modo, etnocêntrico, que tem no “Eu” o ponto de referência para a afirmação do Outro.

Em outros termos, a subjetivação seria a imposição daquilo que nós chamamos de “nossa Identidade”, como forma de particularizarmos a nossa existência num universo tão plural, tomando-nos a nós mesmos como eixo de análise.

O problema começa exatamente neste ponto, na medida em que, para a nossa infelicidade, a Identidade (nacional, cultural ou religiosa) é um elemento exterior ao sujeito.
Em outros termos, ela é apenas uma mera construção social e que pode variar em função da nossa disposição geográfica.

A identidade não é um elemento adquirido biologicamente. Pelo contrário, ela é uma categoria social em contínua construção e que, em função do dinamismo que nos é próprio, exige atualizações constantes.

É o que Gil (2009)* chamou de “patologia de que o Eu é o vírus despótico”, considerando a identidade como o mais perigoso mal das nossas sociedades.

Talvez o mal não seja necessariamente a identidade. Talvez o erro resida no fato de a termos tornado o elemento basilar para afirmação da Humanidade do Outro.

Trata-se de uma doença que nos faz esquecer de que, antes de moçambicanos, brasileiros, angolanos, americanos ou africanos, somos seres humanos e que, mesmo não possuindo traços comuns no que respeita à origem étnica, temos todos o direito à vida.


O nosso pecado foi superiorizar as identidades omnipresentes, fechando nossos egos dentro de fronteiras físicas e mentais, na ambição de atribui-las uma autossuficiência inexistente.
Esquecemo-nos, no entanto, que as fronteiras e a cultura são elementos dinâmicos e a única verdade é que nós (seres humanos) somos apenas parte da natureza. Ou seja, somos nada mais do que uma ínfima espécie sob risco de extinção no meio de um universo gigantesco.

As atrocidades que marcam a pós-modernidade, ameaçando a nossa espécie, encontram seu fundamento nesta patologia, que impossibilita as pessoas de realmente ver e aceitar o Outro e dissemina uma visão etnocêntrica com consequências alarmantes.

Assumir, por exemplo, que a pertença a um determinado território é a condição para o gozo dos direitos básicos é nada mais do que reduzir o Homem à sua origem étnica, eliminando a mais sublime das dimensões do ser humano; a possibilidade de, independente da sua origem, etnia ou cultura, ser o que a sua consciência determina. A patologia da identidade é um atentado à liberdade do Outro.

EAC//EAC

Referência Bibliográfica:

* Gil, José, Em Busca da Identidade; O Desnorte, Relegio de água, Lisboa, 2009

NB: Escrito à luz do novo acordo ortográfico 
Publicado em: http://www.fasdapsicanalise.com.br/quando-patologia-e-identidade/

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

REPORTAGEM:Sobreviver em Moçambique

Sobreviver em Moçambique


por: Estêvão Azarias Chavisso, para o Jornal  Plataforma Macau

As camadas mais pobres têm sido as mais atingidas pela sucessão de crises em Moçambique e, face a tantas incertezas, o desafio é encontrar estratégias para sobreviver, mesmo “sem se saber se vai haver comida amanhã”. 
Há dez anos que o dia começa cedo para João Casa, 64 anos, um respeitado sapateiro em Maputo. O sorriso simples e bom humor do velho João, como é conhecido, não escondem o seu desespero face à subida do custo de vida, principalmente quando pensa nos seus cinco filhos que vivem no distrito da Manhiça.
“Estamos a passar mal”, lamenta o sapateiro, sobretudo para um deficiente, como é o caso, enquanto atende um dos poucos clientes na sua pequena barraca improvisada a poucos metros de uma vala de drenagem com água parada. 
A distância de Manhiça até à capital moçambicana é de cerca de 80 quilómetros, um percurso que João Casa faz diariamente com muito esforço, na medida em que começa a ser “apertado” arranjar os 60 meticais (0,81 dólares) para cada viagem.
“Ninguém quer se dar o trabalho de levar um deficiente com uma cadeira de rodas”, declara o sapateiro, que, como todos, é permanentemente bombardeado por notícias más e teme pelo futuro da nação que viu nascer há 41 anos.
Dos Números à Machamba
Moçambique atravessa uma conjuntura marcada por um forte agravamento do custo de vida, uma crise política e militar que opõe o Governo e a Renamo, maior partido de oposição, a consequências dos desastres naturais, e ainda a perda de credibilidade no exterior após a descoberta de avultadas dívidas escondidas das contas públicas.
O efeito combinado destas crises resultou na desaceleração da economia para uma estimativa abaixo dos 4% em 2016, num país habituado a crescer acima dos 7% nas últimas duas décadas, e numa inflação galopante, que poderá chegar aos 30% no final do ano. 
A descoberta, em abril, de 1,4 mil milhões de dólares de dívidas escondidas, contraídas a favor de empresas estatais entre 2013 e 2014 com garantias do Estado, fez com que o grupo de doadores do Orçamento Estado suspendesse os financiamentos, aumentando as incertezas num país que já foi apontado como um modelo.
Pelos mesmos motivos, o Fundo Monetário Internacional (FMI), também parou um programa de empréstimo e exigiu uma auditoria internacional independente às dívidas escondidas, já em curso, além de pesadas medidas de austeridade fiscais e monetárias.
O Governo assumiu em outubro a incapacidade de pagar as próximas prestações das dívidas escondidas e pediu aos credores uma reestruturação dos seus encargos, sem a qual o FMI não poderá reatar um novo programa de apoio, já que as suas próprias regras impedem o financiamento de países com dívida em esforço ou problemática, como é o caso.
A dívida pública de Moçambique disparou para os 130% do PIB, para o desespero de quem, como o velho João, pouco sabe de economia, mas sente o impacto de “todos essas manobras”. 
Com ajuda da esposa, o sapateiro virou agricultor, apesar do desafio que é pegar numa enxada sentado numa cadeira de rodas. num terreno de trinta metros quadrados nos arredores da sua residência na Manhiça. A produção que sai da sua machamba (horta) é singela, mas alivia os gastos com produtos de primeira necessidade, alguns dos quais com aumentos de 30% ou mesmo muito mais nos últimos meses.
No entanto, a alternativa de João Casa foi fortemente abalada pela seca que fustigou Moçambique em 2016, destruindo metade dos seus canteiros e agravando a lamentável situação que já ameaçava a sua família e de pelo menos 1,4 milhões de pessoas em insegurança alimentar. “Temos apostado agora nas culturas mais fáceis de plantar. Mas não há nada”, observa o velho João.
O Professor que já não Almoça

Embora o Governo tenha garantido que os setores sociais estariam isentos de cortes, Luís Chilaule, professor na Escola Primária das FPLM – Forças Populares de Moçambique, diz que a crise começa a afetar a educação e o pagamento de horas extra.
“Eu próprio cortei o almoço”, lastima o professor, que abriu uma pequena banca de produtos alimentares na sua casa, e “não dá quase nada” mas cobre o custo de transporte escolar dos seus dois filhos.
Luís Chilaule diz que as dificuldades das famílias começa também ser visível na sala de aulas e as crianças pedem, por vezes, ajuda ao “pobre professor”, que sente a fraca assimilação da matéria dada.
As intenções de investimento caíram 48% no primeiro semestre de 2016 comparativamente ao mesmo período do ano passado, numa crise vertiginosa de múltiplas causas, que vêm de fora e de dentro, associando a queda dos preços das matérias-primas de exportação à forte desvalorização do metical face ao dólar e a problemas estruturais de Moçambique com um pobre ambiente de negócios e ainda um conflito militar no centro do país.
“Escutamos sempre informações de que a guerra está a piorar a situação e a afastar empresários”, comenta Luís Chilaule.
Em Maputo, a negociações entre as partes decorrem na presença de mediadores internacionais, mas ainda não houve consenso em nenhum ponto da agenda.
“Nós queremos paz. Só assim podemos realmente lutar contra a fome”, insiste o professor.
A população luta ainda contra condições de crédito proibitivas na banca comercial, cada vez mais penalizada pelo banco central, que aumentou em setembro as taxas de juro de referência em seis pontos percentuais, para 23,25% nos créditos e 15,5% nos depósitos, ainda assim abaixo da inflação.
O setor financeiro entrou em alarme com a falência determinada pelo Banco de Moçambique do Nosso Banco, detido pelo Instituto Nacional de Segurança Social, e que levou a uma corrida aos balcões dos depositantes que recearam ficar sem as suas pequenas poupanças noutras entidades.
Sobretudo, depois de saberem que o Fundo de Garantia de Depósitos apenas reembolsava clientes particulares num máximo de vinte mil meticais (270 dólares), deixando de fora as empresas, que perderam tudo.
Foi a segunda intervenção em dois meses do banco central, que antes tinha assumido a gestão do Moza, participado pelo português Novo Banco, devido à instabilidade dos seus indicadores prudenciais e agora está a ser preparado para venda.
O Banco de Moçambique já veio afastar qualquer razão para pânico e declarou que o restante setor financeiro permanece sólido, garantindo que os rácios de solvabilidade do conjunto de bancos mantém uma média de 14%, muito acima dos 8% mínimos exigidos.
Mas como consequência, a agitação na banca contribuiu para que Luís Chilaule desistisse de pedir um empréstimo para investir no seu negócio, preferindo esperar por “tempos melhores”.
Enquanto não chegam, tanto para o velho João como para o professor Chilaule, a esperança por dias melhores permanece, uma virtude típica de um povo que insiste em fazer o seu próprio manual de instruções para sobreviver.

FIM
Jornal Plataforma Macau
Publicado em http://www.plataformamacau.com/mocambique/sobreviver-em-mocambique , a 02 de dezembro de 2016

domingo, 11 de dezembro de 2016

Literatura: Água. Uma Novela Rural, Entre a Escassez e Excesso


Água. Uma Novela Rural, Entre a Escassez e Excesso


Autor: Alberto Dalela Massango



Com as suas personagens redondas, dotadas de comportamentos inusitados e capazes de escravizar a vista de quem as lê, João Paulo Borges Coelho, escritor moçambicano que cruzou nomes históricos em Moçambique do século XX, ao longo da I Guerra Mundial, volta a brindar-nos com um acontecimento real em forma de ficção.
Neste novo romance, intitulado Água. Uma Novela Rural, através de um narrador heterodiegético, o autor do Olho de Hertzog mostra-nos que numa terra sedenta por água, este precioso, pode constituir motivo de guerras, descontentamentos, cepticismo, bem como ateísmo.

Logo na primeira página da diegese, o narrador, instituído por Borges Coelho, chama atenção sobre a necessidade de nunca se depositar confiança nesse líquido (a água), na medida em que ele depende da natureza e, como já se sabe, a natureza depende de si mesma - o homem não exerce nenhuma influência sobre fenómenos naturais e se a exerce, tal influência é insignificante.

As complexas personagens desta narrativa, que levam sempre o leitor à uma reflexão profunda, ao ponto de se questionar “o que fará a personagem X no capítulo seguinte; como a personagem Z vai-se comportar perante àquela transformação”, criam, paulatinamente, de capítulo em capítulo, se não for de parágrafo em parágrafo, um debate entre o leitor e o discurso do narrador.

Tal como afirma Borges, através da sua entidade fictícia, sobre a necessidade de nunca se confiar na água pelo facto de ela dividir opiniões, observa-se o diálogo conflituoso entre o homem campesino e o urbano, ambos dotados de conhecimentos distintos. Neste caso, o primeiro, com a sua tradição oral, é dotado de conhecimentos mitológicos passados de geração em geração, ao passo que o urbano, com recurso à escrita e tecnologias de informação e comunicação, acredita na solução científica (computadores, gráficos de medição de temperatura e diversas máquinas). 

O conflito entre o campo e a cidade constitui um elemento primordial que se pode observar na Água. Uma Novela Rural, pois os discursos das personagens, bem como os do narrador principal demonstram, nitidamente, a divergência ideológica entre ambos espaços.

É incrível que na narrativa em causa, já quase no fim, a estiagem, que assolava os habitantes da aldeia campesina, é substituída por terríveis cheias, ou seja, a escassez da chuva, que dizimara milhares de cabeças de gado e transformara rios sedentos e terras inférteis, fora substituída por um excesso de chuvas que, em contra partida, engolira os casebres e miríade de pertences das populações, bem como ceifara vidas humanas.

João Paulo Borges Coelho, com este novo romance, quer significar que a escassez e o excesso não prestam, ou seja, nunca trouxeram vantagens – daí a necessidade de sempre se optar pelo meio-termo, nem pouco nem muito apenas o normal.

Tal como o diamante, centro das atenções, no Olho de Hertzog, que não chega a ser achado nem descoberto o seu paradeiro, acontece com a protagonista deste romance, Maara, que após a enxurrada o narrador não chega a revelar o seu paradeiro, - não esclarece se ela foi salva ou engolida pelas cheias - deixando essa tarefa para o leitor.

João Paulo Borges Coelho, na Água. Uma Novela Rural, traz-nos um fenómeno particular nos nomes das personagens (Maara, Laago, Heera, Waaser, Floor, Praado, entre outros). Tal fenómeno é, linguisticamente, denominado Alongamento Vocálico, frequente nas línguas bantu e na língua inglesa.
ADM//EAC              

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Crónica: Estou-me nas Tintas


Estou-me nas Tintas
Autor: Albert Massango

‘Estou-me nas tintas!’, ecoava uma voz gutural nas profundezas da cabeça, quando a mente se encontrava numa longa introspecção, minutos após ter sabido que, afinal de contas, ela me abandonara por eu ser, financeiramente, um fracasso e um Zé vivalma, cheio de utopias.
‘O problema das utopias é que nunca se tornam reais, são sonhos que meramente vagueiam em espaços mortos, onde ninguém nem nada habita’, dizia ela, quando, por vezes, entravámos em discussões baratas. ‘Estou-me nas tintas!’, retorquia aquela voz gutural que, em certas ocasiões, se manifestava de forma bilabial.
Eu e ela conhecemo-nos num daqueles invernos de Agosto (eu acabava de ler um texto intitulado Fim do Amor Romântico), nas ruas da Cidade de Maputo. Na tal época, eu andava taciturno, solitário e nervoso, não sei quais eram os motivos para tal melancolia, apenas tenho ciência que me sentia um Brás Cubas à procura dum Quincas Borda, com aquela filosofia inspiradora, o Humanitismo.
‘Estou-me nas tintas’ gritava a voz, quando a vi passando a mão pelos seus cabelos lisos (abri os olhos, prestei mais atenção, dobrei o pescoço de forma desajeitada), sentada quase perto de mim, em seguida, saudei-a. Ela respondeu, com agrado e gentileza, daí constatei que me queria (podia até estar enganado ao pensar assim, mas, felizmente, acertei, pois ela me queria).
Sem mais de longas, trocámos contactos - passadas algumas semanas, combinámos um encontro, ela veio à minha casa – ficámos, por uma hora, a conversar, olhámo-nos. Em seguida, ficámos num silêncio profundo, ela ofegando, lancei-a um beijo e, logo, garrou-me com robustez.
Paulatinamente, ela abriu o zipe das minhas calças e eu os botões da saia dela - como se estivesse a competir com alguém, ela tirou a blusa que a cobria, baixou a sutiã – meti a mão, senti uma certa humidade inundando os meus dedos. Em poucos minutos, já estávamos no auge do acto (prefiro que detalhes a tua maneira, pois todos sabemos como isto termina).
Repetimos o mesmo acto por três semanas seguidas, zipes para cá e botões acolá. Nem sei como, passadas cinco semanas, ela me chamava de amor e, porque eu não me podia pronunciar da mesma forma, aquela voz gutural ecoava lá no âmago ‘estou-me nas tintas’.
É incrível a forma com que ela se apegou a mim em tão pouco tempo (talvez porque eu a endeusava e abria bem os botões da saia dela).
 Não obstante o facto de ela ter começado a condicionar os nossos encontros pelos passeios pomposos, acredito que me amava mas não mais que o valor monetário, que o dinheiro, que o capital, ou seja, não me amava mais que este senhor de diversos nomes.               
Em parte, é injusto que ela me tivesse amor, pois eu nem tampouco a amava, entretanto, a respeitava muito (Mas cá, entre nós, deixe-me dizer-te que nunca demonstrei tal desamor apesar de nunca lhe chamar de amor).         
 Eu não tenho dinheiro e não a amo, mas juro que com o tempo a amaria, até já sentia um pingo de amor comparativamente ao começo da nossa relação, que pouco durara. Por seu turno, ela me amava mas não mais que o cifrão ou, por outra, ela queria o dinheiro e eu não o tinha e, mesmo se o tivesse, não a devia para ser cobrado.
Tendo o nosso relacionamento cessado, definitivamente, apaguei o número dela, primeiro, do meu celular e, depois, da mente e, em seguida, veio aquela voz, desta vez, gritando: ‘ESTOU-ME NAS TINTAS’.    
É difícil contar o que veio depois, após ter-me distanciado da tipa mas já que comecei com a diegese, vou até ao fim. Bem, veio a frustração, confesso que me estava já a apegar a ela, talvez já a amava mas não sabia.
Tornei-me, novamente, num Brás Cubas. Desta vez, mergulhando em leituras melancólicas, filmes e músicas introspectivas (ficava no quarto todo dia, só saía para comer e beber e, às vezes, banhar).    
Não me apetecia mais sair de casa, a alcova era o meu subterfúgio. Aliás, mandei tudo à merda, a faculdade, o trabalho e os passeios entre amigos – daí surgiram as utopias.
Com as utopias, acreditei que, um dia, viveria numa sociedade igualitária (talvez por influências do Manifesto do Partido Comunista), com instituições públicas ao serviço das massas, entretanto, tudo acabou-se quando assisti ao Winston ser escravizado pelo Big Brother – logo, veio-me aquela voz gutural, desta vez bilabial, ‘estou-me nas tintas!’                    

 AM//AM

Opinião: AS MENTIRAS DO NOSSO TEMPO E O CAMINHO PARA O FUTURO

AS MENTIRAS DO NOSSO TEMPO E O CAMINHO PARA O FUTURO Créditos : AS por:Lino A. Guirrungo (Jan, 2019) Eu nasci pouco depois que...